25 de junho de 2012


"Ela o amava. Sem complexidades ditas ao silêncio dos olhos ou dilacerações ao luar. Amava-o só pelo prazer de amar. Quando estavas, vivia de sorrisos. Quando não estavas, simplesmente vivia. Ele a amava. Sem temor de ser garoto demais para tanto mistério que irradiava dela. Amava-a para ter paz. Nela via toda a cor de um mundo onde tristeza não era bem-vinda, e ficava por lá, sereno, feliz. Não havia buquê de rosas espalhados pela sua casa, tampouco cartas apaixonadas escondidas na cabeceira da cama. O amor deles era assim, manso. Vezenquando uma batida forte na janela faziam pratos voarem e gritos ecoarem pelas paredes da sala - para logo depois transformar-se em afagos de perdão. O amor deles era assim, intenso. Quem os observava caminhando pela rua com as mãos entrelaçadas, ou sentados com os braços roçando de tão perto na mesa do bar, distribuindo sorrisos para qualquer um que viesse, enxergava que ali havia encaixe talhado à mão. O amor deles era assim, transparente. Todas as noites, debaixo do lençol, ouvia-se sussurros apaixonados vindos até o sono chegar - de tão maravilhado que ficava com a cena, deixava-os aproveitar esse amor bonito que transbordava dos lençóis e inundava a casa. O amor deles era assim, infinito."
~ Gabriela Santarosa

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