Há ocasiões em que a gente salta do penhasco. Como naquele
desenho animado do Papa-léguas: o Coiote sai em disparada e continua correndo
mesmo depois de ultrapassar a borda do penhasco; de repente para no ar, olha
para baixo e sabe que vai despencar, que não há nada que possa fazer a
respeito.
Mas, às vezes, talvez na maioria delas, a situação não é tão
clara assim. Estamos no escuro, caminhando lentamente à beira do abismo, sem
saber ao certo para onde estamos indo. Os passos são hesitantes, por causa da
escuridão da noite. Não nos damos conta de como estamos próximos da borda, de
que o solo pode sumir a qualquer momento, de que um mero escorregão pode nos
lançar encosta abaixo.
Confie em Mim – Harlan Coben – pág. 13
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