“… não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o
tempo, os homens, as dimensões, não haverá nenhum espaço dentro de mim
para notar sequer que estarei criando instante por instante, não
instante por instante: sempre fundido, porque então viverei, só então
viverei maior do que na infância, serei brutal e malfeita como uma
pedra, serei leve e vaga como o que se sente e não se entende,
me ultrapassarei em ondas, ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim,
até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque
basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo,
de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo
novo.”
(Clarice, in “Perto do Coração Selvagem”)
(Clarice, in “Perto do Coração Selvagem”)
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