4 de fevereiro de 2012

‘‘E aquela sensação de querer fugir? Mesmo sem saber pra onde, mesmo sem saber aonde ir. Sinto que estou me perdendo em meio a uma multidão, em lugares pequenos, em coisas mínimas, mas estou me perdendo aos poucos, até em mim estou me perdendo. Não me reconheço mais. Não me vejo como a pessoa que eu era antes, os meus sentimentos continuam tão confusos, estão bagunçados como o meu quarto. Sinto como se não houvesse mais nenhum sentido de estar em certos lugares, com certas pessoas ao meu redor. Eu vejo que mudei, e sinceramente, eu não queria ter me tornado essa pessoa que acabei me transformando. E quando eu acho que tudo pode finalmente começar a dar certo, acontece algo e eu tenho que fingir que nada me afetou. Eu não estou bem. Não, eu não estou. E eu tenho que fingir todos os dias, convencer as pessoas de que eu estou bem, eu continuo fingindo que nada está me machucando. Eu tenho que conseguir de um jeito ou de outro guardar tudo o que eu sinto, engolir tudo a seco, fazer as lágrimas não caírem, olhar para o teto e respirar fundo, só para não mostrar o que eu realmente sou, só para não deixar as malditas lágrimas percorrerem no meu rosto. Tento fingir que estou bem, ás vezes até funciona, mas uma hora cansa, e é isso o que eu estou aparentando ultimamente, estar com um imenso cansaço em minha volta, em mim. Eu não me reconheço mais, não me vejo como eu era antes. E é engraçado como as pessoas que me fizeram me tornar assim, ainda me perguntam o que eu tenho. E o fato é que eu cansei, de muita coisa, de muita gente. Certas coisas ultimamente vêem me entristecendo, eu leio coisas, e por mais bobas que seja, me afetam de uma maneira horrível. Tento segurar as minhas lágrimas, tento ser forte a maioria das vezes e acabo não conseguindo. Tem dias que é inevitável não desabar, mas quando saio lá fora eu volto a ser a pessoa que finge estar bem. E a sensação de estar caindo em um poço profundo continua me perseguindo, é aquela sensação de estar caindo, mas não ter ninguém pra pegar na minha mão e me tirar daquele lugar.’’ Nathalia.

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